Na semana passada, o Facebook anunciou acreditar que a consultoria Cambridge Analytica tenha obtido indevidamente os dados de 87 milhões de usuários – 443.117 brasileiros.
Mas como a consultoria usou esses dados?
A Cambridge Analytica usou um teste de personalidade chamado “Big Five” (ou os “Cinco Grandes”) para obter as informações de usuários que faziam o teste e também de seus amigos, sem sua permissão.
O teste avalia cinco traços de personalidade:
Abertura a experiências: Você está aberto a novas aventuras?
Responsabilidade: O quão cuidadoso você é?
Extroversão: Gosta de uma festa?
Agradabilidade: Quanta compaixão você sente pelos outros?
Irritabilidade: Você se preocupa ou se chateia com frequência?
Juntos, esses traços dividem as pessoas em diferentes tipos. Curtidas, fotos, compartilhamentos e mensagens dão ao Facebook e à consultoria noções de quem somos.
De posse desses dados, a Cambridge Analytica pôde ser capaz de dirigir anúncios para as timelines no Facebook de pessoas com personalidades específicas.
A Cambridge Analytica ofereceu seus serviços à campanha presidencial de Donald Trump em 2016. Um exemplo de como os dados podem ter sido usados na campanha: a Cambridge Analytica saberia dizer quais pessoas no Facebook teriam o perfil adequado para receber anúncios divulgando bandeiras específicas do candidato.
Esse anúncios seriam ‘moldados’, levando em conta os medos, necessidades e emoções das pessoas.
Uma das bandeiras de Trump era a defesa do porte de armas. Um internauta de perfil ‘aventureiro’ pode ter recebido mensagens de que a liberdade tinha de se protegida de ameaças externas; o ‘guardião’, de que armas são essenciais para proteger as pessoas; e a ‘executiva’, sobre a proteção de sua família e do futuro.
Mas essa avalanche de dados e mensagens pode fazer alguém ganhar uma eleição? É quase impossível provar isso. Ninguém consegue rastrear, em retrospecto, quem votou em quem por causa de um anúncio. Há muitas variáveis.
Agora, o mundo todo sabe como os dados de usuários no Facebook foram usados para tentar manipular eleições.
E agora, você ainda será influenciado por publicações no Facebook? Deixe seu comentário.
* Com informações da BBC