Dados Digitais são Eternos! Serão mesmo?

por Marko Petek

hd

Até o advento da informática pessoal, a enorme maioria dos dados armazenados pelas pessoas era analógica. Fotografias em papel, música em fitas cassete ou discos de vinil, livros e cadernos de papel e por aí vai.

Uma característica destes dados era o fato de, com o tempo, tenderem a desaparecer. Fotografias esmaecem, fitas se degradam, discos arranham ou quebram, papel fica velho.

Com efeito, é fácil perceber, olhando para fotografias de 30 anos atrás como as mesmas já perderam a cor, nitidez e tem uma aparência envelhecida.

Uma promessa do mundo digital era justamente de acabar com a degradação dos dados. Com efeito, quando uma informação é armazenada digitalmente, ela pode ser copiada infindáveis vezes e não envelhece. Em teoria, seria eterna.

E realmente assim poderia ser. Porém, como em muitas outras áreas, “o que atrapalha é o homem”.

Hoje já se sabe que uma quantidade enorme de informação digital desaparece todos os dias. O principal motivo é simples: as pessoas não usam apenas um laptop (ou celular, ou máquina fotográfica) durante as suas vidas. As estatísticas dizem que o tempo médio de troca de aparelhos celulares é 19 meses. Laptops são substituídos a cada 3 anos em média.

Quando as pessoas trocam de aparelhos nem sempre (ou raramente) transferem toda a informação que estava no equipamento antigo para o novo. O mais comum é copiarem alguma coisa e recomeçarem com um aparelho quase zerado.

Muitas pessoas também acreditam que ter muita informação armazenada em um aparelho torna ele “lento” e de tempos em tempos fazem uma “limpeza”.

(para informação, a quantidade de informação só prejudica a performance de um computador quando mais de 95% do espaço do mesmo está ocupado)

Discos estragam, computadores são danificados, máquinas são esquecidas, etc, etc, etc.

O resultado disto é que, como foi dito no início, enormes quantidades de dados são perdidas continuamente.

Se você possui dados que lhe interessam e que não quer perder, vale o velho ditado militar: “O preço da segurança é a eterna vigilância”. Backups são essenciais. Pelo menos dois. Um deles, idealmente deve estar “geograficamente” distante do dispositivo principal. Isto significa o mesmo que “não guardar todos os ovos na mesma cesta”. Tenha um backup guardado na casa de um parente, em seu escritório, em qualquer lugar que não seja afetado caso algo que dê errado (assalto, incêndio, curto circuito, etc).

Este backup não deve estar ligado na rede elétrica o tempo todo. O ideal é deixá-lo guardado em lugar seguro e afastado de uma tomada (raios fortes podem queimar equipamentos eletrônicos apenas pela proximidade, mesmo que o cabo de alimentação não esteja encaixado na tomada).

O armazenamento em “nuvem” (Cloud) normalmente não é suficiente para garantir a segurança a longo prazo de seus dados. Em primeiro lugar, os espaços oferecidos são pequenos, em segundo lugar, nada garante que a empresa irá continuar existindo dentro de alguns anos quando você, eventualmente, necessitar acessar o backup. Melhor hoje em dia são discos externos (em breve sendo substituídos por chips de memória).

Este último ponto também é importante. É preciso “atualizar tecnologicamente” os backups. Nos últimos anos tivemos disquetes de 8, 5 e 3 polegadas. Hoje em dia, se for preciso ler um deles, será muito dificil encontrar um aparelho que ainda possua um driver funcionando. Tivemos também CDs, DVDs e agora estamos na era do Blu-Ray. Todas estas tecnologias passam, e passam rapidamente. Portanto é preciso estar atento e mover as informações para uma nova tecnologia quando aquela atualmente em uso estiver se tornando obsoleta.

E não se preocupe muito se perder algo. Como diz um velho ditado da nossa profissão: “existem apenas duas espécies de usuários de computadores, os que já perderam dados e os que vão perder dados” 🙂